TEMOS A ARTE PARA NÃO MORRER DA VERDADE
- Ana Ribas
- 18 de abr.
- 1 min de leitura
Para Nietzsche, toda a arte e toda a filosofia podem ser consideradas como remédios da vida, ajudantes do seu crescimento ou bálsamo dos combates: postulam sempre sofrimento e sofredores.
No livro ‘Gaia Ciência’, ele afirma que, enquanto fenômeno estético, a existência nos parece sempre suportável e, por meio da arte, nos demos os olhos e as mãos, sobretudo a boa consciência, para poder crer, por nós mesmos, em semelhante fenômeno.
É preciso de vez em quando descansarmos de nós próprios, olhando-nos do alto, com uma distância artística, para rir, para chorar sobre nós: é preciso descobrirmos o herói e também o louco que se escondem em nossa paixão pelo conhecimento; é preciso aqui e acolá sermos felizes com nossa loucura, para podermos continuar felizes com nossa sabedoria.
E é precisamente porque somos no fundo homens pesados e sérios, e mais ainda pesos que homens, que nada nos faz mais bem que o capuz dos loucos: temos necessidade dele diante de nós mesmos – temos necessidade de toda arte petulante, flutuante, dançante, zombeteira, infantil e vem-aventurada para não perder essa liberdade que nos coloca acima das coisas e que nosso ideal exige de nós.
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